sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Campanha "Debaixo dos Salões Assombrados" - Parte 2!

Continuando o registro da campanha do meu grupo de iniciantes em RPG, vou relatar o que se sucedeu após o confronto entre os heróis e o bando de elfos da floresta que tentaram emboscar a caravana que escoltava a princesa Eldara até a cidade de Estrela Vespertina.

"Com o fim da luta, os heróis tiveram a verdadeira noção da intensidade do confronto: ao todo, oito elfos jaziam mortos no solo, e sua companheira, Keyleth, se encontrava entre os que não veriam um novo amanhecer. Antes que houvesse tempo para lamentarem a perda de uma amiga tão querida, o entristecido grupo se via as voltas com um novo perigo. Dessa vez, os guardas humanos e elladrins que faziam a segurança da caravana lançavam acusações uns contra os outros, afirmando que a parte rival era responsável pelo ataque! Quando espadas começaram a ser desembainhadas e os heróis imaginavam uma forma de resolver o impasse, eis que uma voz autoritária e poderosa se fez ouvir em meio ao alarido.



-'PAREM COM ISSO!'


Do alto de uma das carroças um homem de meia idade, mas com um físico que revelava anos de experiência em batalhas diversas, chamava a atenção. Sua mera presença inspirava um misto de respeito, admiração, medo e subordinação naqueles que miravam sua figura austera. Ainda em meio ao efeito de sua voz trovejante, os guardas baixaram suas armas e ficaram na espera do que quer que aquele homem marcante tivesse para dizer. E quando ele falou sua voz era agora como uma lagoa plácida, porém majestosa, que instiga todos que a vêem admirá-la em paz e quietude.


-'Sejam sensatos, todos vocês, ou estarão pondo em risco algo muito maior do que suas próprias vidas! Acaso se esqueceram dos sacrifícios realizados para alcançarmos a paz que irá beneficiar nossos povos? Não é momento de nos deixarmos levar por ressentimentos pessoais, e sim a hora de nos unirmos para alcançar um bem comum!'


Dito isso, parecia que todos haviam como que acordado de um sonho, e tudo indicava que ambas as partes, elladrins e humanos, voltariam a uma trégua tensa. Mas de repente, um grito de alerta irrompeu, fazendo os corações de todos os presentes trepidarem angustiados.

-'A Princesa, a princesa desapareceu!'

O momento de paz desvaneceu-se. Olhares acusadores começaram a ser trocados novamente. Mas Samantha, a clériga meio-elfa, havia vaculhado os corpos dos assaltantes elfos alguns minutos antes, em busca de pistas para os motivos que haviam feito os mesmos cometer tal ato impensado. Com um deles, achou uma nota, escrita em élfico, que afirmava que o Diadema dos Sonhos , um presente que o Rei Foril de Cormyr estava oferecendo aos elladrins como sinal de boa vontade no cumprimento do pacto de paz, na verdade havia sido roubado a mando dele! E que Thraven, um meio-elfo que servia de intérprete para a princesa, era o responsável por isso!

Rapidamente, Samantha colocou seus amigos a par desta informação vital, e se dirigiu ao velho soldado, ditando-lhe o conteúdo da carta. Quando soube deste fato novo, ele ficou visivelmente perturbado, e indagou de imediato onde estava Thraven. Em resposta, uma outra voz na multidão afirmou que o meio-elfo também estava sumido, e que tanto ele quanto a princesa estavam na carruagem particular dela momentos antes da emboscada!

Os heróis se apressaram em chegar até a dita carruagem , na esperança de encontrarem alguma pista valiosa das intenções de Thraven e o mais importante, o paradeiro do intérprete e da Princesa Eldara. Dentro do coche, nada de importante foi descoberto mas Lorien, a ranger, percebeu pegadas distintas de dois pares de pés saindo da carruagem e seguindo para a floresta próxima. Com olhos bem treinados, a drow interpretou os sinais que via marcados no solo: aparentemente, não houve luta da parte de nenhum dos envolvidos, que seguiram ligeiros o caminho mais curto até a cobertura dos arbustos que antecediam a linha de árvores do bosque.
Quando investigaram o rastro dentro das folhagens, descobriram que ele cruzava subitamente com as pegadas de dois grandes lobos, para logo depois desaparecerem no interior da floresta.

Ficou claro para todos o que se passava: Por algum motivo ainda desconhecido, Thraven havia sequestrado a princesa Eldara, e agora a levava para algum esconderijo previamente armado. Cabia agora a pergunta: com que propósito Thraven arriscaria deliberadamente provocar a guerra entre humanos e elladrins?

O rosto sereno do senhor que os acompanhava agora demonstrava leves sinais de preocupação. Ficou imóvel por alguns instantes, imerso em pensamentos próprios em que tentava decidir o melhor curso de ação a ser tomado, e finalmente, sem aviso, declarou:

-'Vocês devem seguir o rastro de Thraven e traze-lo de volta, junto com a princesa e o Diadema, para termos a mínima chance de evitar a guerra entre o reino de meu senhor, o rei Foril, e o povo do senhor dos elladrin! Me chamo Bozul e sou o dignatário do rei encarregado de levar a princesa até a corte em nossa capital, Suzail. Era parte do acordo entre os dois reis, para ratificar o pacto de não-agressão, que Eldara ingressase na corte real durante sete anos, nos quais ela aprenderia a língua e os costumes humanos. Em troca o rei ofereceria o Diadima dos Sonhos, um antigo artefato de origem élfica que se encontrava a gerações na casa real de Obarskir. O retorno desse item a sua terra natal era muito antecipado pelos elladrin. Se a princesa e o artefato não forem recuperados, temo que mais nada será capaz de impedir um confronto aberto entre as duas raças!'

Bozul seguiu sua explicação, afirmando que por se tratarem de um grupo 'neutro' no conflito, eles teriam a 'imparcialidade' necessária para essa missão, pois se mandasse um grupo de soldados elladrins ou humanos da caravana e estes falhassem, a raça oposta que permaneceu esperando poderia afirmar que houve cumplicidade da outra no sequestro da princesa, em uma tentativa de ficar tanto com Eldara quanto com o Diadema! E ele não poderia confiar também em um grupo misto, com medo que a desconfiança mútua dos dois povos provocasse uma briga que poria a perder qualquer chance de um resgate bem suscedido!

Com relação a busca, Bozul deu alguns presentes para garantir maior sucesso aos aventureiros. Cada um deles (com exceção de Samantha) recebeu uma Poção de Cura que amenizaria os ferimentos e cansaço de quem a ingerisse. Já a clériga recebeu como regalo o Carrilhão do Despertar, um item mágico que acordaria todos os membros do grupo se, em um momento de descanso, algum intruso entrasse em uma área delimitada pelo dono!

De posse desses pequenos tesouros, Arjhan, Kahmal, Esquelopy, Samantha e Lorien seguiram rumo ao interior da floresta em busca da princesa Eldara, Thraven, o Diadema dos Sonhos, algumas respostas e de seu destino..."

Aguardem a parte 3 para breve!

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